a noite,
abrigo das criaturas solitárias
que preferem não ser vistas durante o dia
seres anti-sociais por excelencia
que andam na calada, como felinos
as normas da cidade não param
interpelam quase todo tempo
para que eu deixe de lado
meu escuro e autêntico
eu
fechado, calado, dormindo
fingir
é o espetáculo da vida
trocando a dor do trabalho
pelos prazeres
dos produtos da cidade grande
filhos do medo da repressão
adestrados ao consumo
entra ano, sai ano
e o todynho continua com o mesmo sabor
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19.4.14
25.3.12
são as chaves
a noite chove
silencio
o tempo para
eu penso penso
os dispositivos
as intervenções
as possibilidades
são chaves
25.10.11
o pouco
um cigarro depois o outro
um cigarro depois o outro
mais uma noite de insônia
o que há contigo, eu?
o tempo leva e traz
um emaranhado de coisas
que se resumem em vida
de cá pra lá
o sonho continua vivo
amanhã é outro dia
um cigarro depois o outro
mais uma noite de insônia
o que há contigo, eu?
o tempo leva e traz
um emaranhado de coisas
que se resumem em vida
de cá pra lá
o sonho continua vivo
amanhã é outro dia
12.9.09
cenas ocultas
vento forte, noite
escuro vinho, marrom, azulado,
poucas luzes e sons,
cenas ocultas acontecem dia-a-dia
palavras, montagens, colagens
nadas, e por aí vai..
.
.
não se sabe o que se faz da vida
vamos nos consumindo todos dias
alguns ganham, outros perdem
a rotina assim, tão assim
não assim
não assim
6.8.09
18.7.09
chave para a porta interior
musica gravada por 'olhos raio-x' (roney lacerda e bruno carrasco)
em junho de 2007 | video feito por bruno, 2009
29.6.09
as tempestades e as maçãs
15.5.07
a noite
local onde se escondem
as criaturas solitárias
que preferem não ser vistas na claridade:
morcegos, corujas, prostitutas, drogados,
seres anti-sociais
que durante o dia são homens-sérios,
empresários, lojistas, advogados,
falsos hipócritas...
sumam da noite seus malditos
da noite suave que se perde,
a noite dos hiperbóreos
todos os seres sórdidos
sonhados e temidos,
andando na calada
distantes dos que odeiam e dos que são odiados,
caminham como felinos
me lembro daqueles colegas de escola
os bagunçeiros, os tímidos
odiados e queridos: diferentes,
particulares, sinceros, autênticos
dores na coluna,frio..
a noite gostosa, espaço diferente
o cheiro do esgoto se esconde na poluição do dia
o calor do esgoto
tornam-se evidentes sem o trânsito,
a noite de trabalhadores noturnos
- momento solitário -
onde o som de meus passos me acompanham
enquanto isso
alguns tomam a noite como casa,
quarto, sala, cozinha, banheiro..
e querem sua privacidade
ao menos - neste momento - respeitada
luzes ligadas,
as normas da cidade não param,
habitam no homem a noite toda
para que este deixe distanciado
o seu escuro, sincero e autêntico
eu:
de lado, calado e adormecido.
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