ainda nos relacionamos de maneira muito precária com a "cultura"..
na maioria das vezes não nos reconhecemos como produtores de arte e valores,
acabamos por valorizar o de fora, o estrangeiro, colonizador..
nos portamos como colonizados
aceitamos a arte e as formas de vida alheias como verdadeiras e soberanas,
e o pior de tudo, inferiorizamos e negamos a nós mesmos,
nossas formas de vida, nossas experiências
e nossa história..
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10.4.13
19.1.12
alienação cultural em pouso alegre (mg)
em pouso alegre (mg) há uma vasta produção cultural de todo tipo, mas a maioria dos artistas têm grande dificuldade de assumir sua proporção dentro do espaço cultural..
cultura é o que se faz, é o que se cultiva.. mas muitas pessoas pensam que pouso alegre não tem cultura..
e eu pergunto - como assim, não tem cultura?!
a produção cultural numa cidade de interior não tem o dever de se assemelhar a de uma capital, como tivesse de seguir uma "linhagem".. há que se reconheça que não temos as mesmas condições, relações e muito menos os mesmos recursos.. pelo contrário, temos uma identidade própria que se diferencia por sua originalidade
ingênuo o que pensa que a arte produzida nas capitais seja algum tipo de padrão ou referência cultural a ser seguida por todas as cidades do interior.. quem assim pensa e age assina sua sentença de colonizado, impotente e incapaz de criar por conta própria..
muitos tem medo de se assumir sua proporção, com medo de não serem reconhecidos ou se sentirem inferiores aos outros.. cada um cria com suas referências, o que se cria é cultura.
cultura é o que se faz, é o que se cultiva.. mas muitas pessoas pensam que pouso alegre não tem cultura..
e eu pergunto - como assim, não tem cultura?!
a produção cultural numa cidade de interior não tem o dever de se assemelhar a de uma capital, como tivesse de seguir uma "linhagem".. há que se reconheça que não temos as mesmas condições, relações e muito menos os mesmos recursos.. pelo contrário, temos uma identidade própria que se diferencia por sua originalidade
ingênuo o que pensa que a arte produzida nas capitais seja algum tipo de padrão ou referência cultural a ser seguida por todas as cidades do interior.. quem assim pensa e age assina sua sentença de colonizado, impotente e incapaz de criar por conta própria..
muitos tem medo de se assumir sua proporção, com medo de não serem reconhecidos ou se sentirem inferiores aos outros.. cada um cria com suas referências, o que se cria é cultura.
5.11.10
como se faz arte?
a resposta a pergunta de 'como se faz arte?' pode ser relacionada a de 'como se faz a vida?', são perguntas que não se tem respostas prontas, pois são feitas por pessoas - com ideias, sentimentos, conceitos e valores, que estão constantemente em mutação..
não há que se tentar estabelecer um padrão ou uma norma, cada um é livre para criar seus modos de arte e de vida. se tentar padronizar como a arte é ou 'deve' ser feita, é o mesmo que normatizar como se deve viver, ser e agir.
e é isso o que o mercado quer: provocar uma colonização cultural para servirmos a uma força alheia, sem que tenhamos consciência de sua ação sobre nós. qualquer ideia de padronização ou normatização, está contra a possibilidade de ser livre, ou como queira..
não há que se tentar estabelecer um padrão ou uma norma, cada um é livre para criar seus modos de arte e de vida. se tentar padronizar como a arte é ou 'deve' ser feita, é o mesmo que normatizar como se deve viver, ser e agir.
e é isso o que o mercado quer: provocar uma colonização cultural para servirmos a uma força alheia, sem que tenhamos consciência de sua ação sobre nós. qualquer ideia de padronização ou normatização, está contra a possibilidade de ser livre, ou como queira..
24.8.10
arte e vida
minha arte não tem nada a ver com o mercado cultural,
nem com a arte "pseudo-cult"
sigo livre e autêntico
a margem de toda essa parafernalha..
em processos de vir-a-ser
e experimentar possibilidades de arte
sem negar meu devir, minha condição espacial,
histórica e econômica
não tenho condições de oferecer arte de qualidade
e nem busco isso, pois arte não é "ISO novemil e tantos"..
não preciso de conceitos prontos, eu mesmo escolho a minha arte e vida..
.
nem com a arte "pseudo-cult"
sigo livre e autêntico
a margem de toda essa parafernalha..
em processos de vir-a-ser
e experimentar possibilidades de arte
sem negar meu devir, minha condição espacial,
histórica e econômica
não tenho condições de oferecer arte de qualidade
e nem busco isso, pois arte não é "ISO novemil e tantos"..
não preciso de conceitos prontos, eu mesmo escolho a minha arte e vida..
.
5.4.10
por uma arte e vida livre
padrões, conceitos e valores de vida alheios
foram adestrados e condicionados em nosso dia-a-dia
a estrutura cidade nos habitou e nos conduziu
de repente, nem sabemos quem somos ao olharmos no espelho
vemos rostos e manchas, seres fragmentados..
somos uma mistura de povos que tenta reproduzir padrões culturais enlatados, não-nossos, pois fomos todos colonizados, toda nossa cultura valores..
os modos de vida, as escolas, a arte, a arquitetura, a filosofia, as leis, a religião.. tudo chegou pronto e foi apresentado como correto, único, verdadeiro e bom..
e fomos fracos, concordamos e aceitamos sem críticas ou questionamentos..
toda nossa condição artística, cultural, intelectual e material
foi negada para alocar uma reprodução dos valores europeus e estadunidenses
fomos e continuamos sendo explorados..
os pequenos grupos de pseudo-intelectuais
estão preocupados com o que acontece e o que é produzido fora daqui
seja em arte, em filosofia, em tecnologia, moda ou estilos vida
poucos ou nenhum deles se importam com as carências e necessidades de nossa terra,
de onde nascemos e vivemos, mesmo sendo descendentes, miscigenados e multiétnicos..
assinam nossa sentença de primitivos culturalmente,
nos inferiorizando como incapacitados de criar valores e estética
e o que é criado de cultura de onde vivemos não é valorizado onde vivemos..
no passado não percebemos como esses mecanismos interferiram nas relações cotidianas,
mas hoje estamos começando a entender as histórias e os fatos
já é hora de lançar mão desses moldes de como deve ser feita a arte e a vida
e fazê-las ao nosso modo, criar nossos conceitos e valores próprios
deixar de fazer essa arte para exportação, alienada e submissa
começar a olhar para nós mesmos, para fazer a nossa arte
o que estamos sendo, pois não somos nada pronto
a criação artística é livre, sua linguagem e sua estética
não deve se submeter a nenhum tipo de ordem ou regra
ela se faz para ao povo que a cria e não para interesses de mercado
foram adestrados e condicionados em nosso dia-a-dia
a estrutura cidade nos habitou e nos conduziu
de repente, nem sabemos quem somos ao olharmos no espelho
vemos rostos e manchas, seres fragmentados..
somos uma mistura de povos que tenta reproduzir padrões culturais enlatados, não-nossos, pois fomos todos colonizados, toda nossa cultura valores..
os modos de vida, as escolas, a arte, a arquitetura, a filosofia, as leis, a religião.. tudo chegou pronto e foi apresentado como correto, único, verdadeiro e bom..
e fomos fracos, concordamos e aceitamos sem críticas ou questionamentos..
toda nossa condição artística, cultural, intelectual e material
foi negada para alocar uma reprodução dos valores europeus e estadunidenses
fomos e continuamos sendo explorados..
os pequenos grupos de pseudo-intelectuais
estão preocupados com o que acontece e o que é produzido fora daqui
seja em arte, em filosofia, em tecnologia, moda ou estilos vida
poucos ou nenhum deles se importam com as carências e necessidades de nossa terra,
de onde nascemos e vivemos, mesmo sendo descendentes, miscigenados e multiétnicos..
assinam nossa sentença de primitivos culturalmente,
nos inferiorizando como incapacitados de criar valores e estética
e o que é criado de cultura de onde vivemos não é valorizado onde vivemos..
no passado não percebemos como esses mecanismos interferiram nas relações cotidianas,
mas hoje estamos começando a entender as histórias e os fatos
já é hora de lançar mão desses moldes de como deve ser feita a arte e a vida
e fazê-las ao nosso modo, criar nossos conceitos e valores próprios
deixar de fazer essa arte para exportação, alienada e submissa
começar a olhar para nós mesmos, para fazer a nossa arte
o que estamos sendo, pois não somos nada pronto
a criação artística é livre, sua linguagem e sua estética
não deve se submeter a nenhum tipo de ordem ou regra
ela se faz para ao povo que a cria e não para interesses de mercado
8.4.09
enquanto ando
24.6.07
o povo sumeriano
os caçadores viviam de sua caça
e quando não haviam mais animais
seguiam até outra manada
nômades, sujos, viajantes
conhecedores de vasta cultura
trocavam mineirais com os sedentários
que vivam do plantio da terra
faziam cerâmica e tecidos
pouco havia o costume
de se banhar todos os dias
e a cidade carregava um forte odor de suor
para eles isso era tão comum
quanto a poluição dos carros para nós
15.1.07
vidaspoliticos
viver para comprar lixos
trabalhar e ter filhos
e ensina-los o mesmo
comprar para gastar dinheiro
encher a casa de enfeites
pra esconder-se do espelho
liquidificador às pressas
batedeiras à prestação
bate a vida sem coração
trabalhar e ter filhos
e ensina-los o mesmo
comprar para gastar dinheiro
encher a casa de enfeites
pra esconder-se do espelho
liquidificador às pressas
batedeiras à prestação
bate a vida sem coração
22.6.06
heranças
herdamos doenças psíquicas e fatalidades
de nossos pais, avós, sociedade, cultura,
escola, vizinhos, amigos, primos, ...
herdamos tampões nos olhos
e nebulosas na mente
de nossos pais, avós, sociedade, cultura,
escola, vizinhos, amigos, primos, ...
herdamos tampões nos olhos
e nebulosas na mente
12.6.06
12.12.02
alheamento cultural e artistico
o povo está apegado a uma cultura que não lhe detem, não a compreende, não faz parte desta e esta não faz parte de si.
a cultura que o povo se apega é alheia ao contexto da qual se vive no momento e no local atual, é uma cultura e arte alienada que este apega pela falta de identidade que se apresenta.
a cultura do povo se fragmenta em restos da cultura mistos em cultura alheia, onde alguns desses tem ja relacao com nossa realidade atual, mas, muitos nao tem a minima relação e são recebidos de uma forma alheia, tao fantastica que acaba se adaptando atraves de um condicionamento, onde a rádio, tv e cinema impoem ao povo, mostrando que "é legal" ouvir tal musica, e "é legal" apreciar tal arte, e "é legal", principalmente, comprar isso, pois toda essa mudanca nos conceitos e a primazia da cultura alheia - sem sentido real - e sim com o sentido ilusorio que o radio, a tv e o cinema pregam, ocorrem principalmente por um sistema economico que inverte todos os conceitos e transforma tudo em produto e nós em consumidores, ao mesmo tempo em que somos produtos tambem..
isso tudo gira uma industria onde os mais fortes (que mais tem capital) investem e produzem em grandes quantidades para se vender em massa, colocam propaganda nas radios, tvs e cinemas, para alienar o povo para que consumam seus produtos "artisticos"...
todo esse processo faz com que o povo detenha de uma arte e uma cultura que nao a produz, a cultura atual que temos nao é nossa, é alheia, é de outros, esses outros que nem sabemos quem sao...
consomem esses produtos em massa, pensando que ficarao alegres, mas nunca estao alegres, sempre terao uma forma de ficarem mais alegres do que ja estao, pois, na realidade, nao estao alegres.. apenas tem
uma leve ilusao de estarem alegres..
(por exemplo: um beethoven nos dias de hoje é alheio, pois nao vivemos na europa no periodo do romantismo; uma musica eletroacustica tambem, pois nao temos o costume de musica com maquinas aqui nem o avanco tecnologico nao propoe isso aqui, como ha na europa, alem de isso ser restrito a um publico muito pequeno; musicas que tocam em radio tambem nao tem nenhuma ligacao)
é preciso um novo modelo de arte e cultura, que esteja numa posicao oposta a esta arte alheia que nos trazem.. e, com isto, proponho um projeto de criacao musical, que traga uma memoria historica-cultural-artistica do povo e permita que este reflita a respeito da relacao dele com toda essa arte alheia que é produzida em massa para producao e consumo..
(dezembro de 2002)
"Os meios ambientais sao invisiveis.
Suas regras basicas, sua estrutura penetrante e seus padroes
gerais sao inacessiveis a percepcao facil"
(Marshall McLuhan)
(Marshall McLuhan)
a cultura que o povo se apega é alheia ao contexto da qual se vive no momento e no local atual, é uma cultura e arte alienada que este apega pela falta de identidade que se apresenta.
a cultura do povo se fragmenta em restos da cultura mistos em cultura alheia, onde alguns desses tem ja relacao com nossa realidade atual, mas, muitos nao tem a minima relação e são recebidos de uma forma alheia, tao fantastica que acaba se adaptando atraves de um condicionamento, onde a rádio, tv e cinema impoem ao povo, mostrando que "é legal" ouvir tal musica, e "é legal" apreciar tal arte, e "é legal", principalmente, comprar isso, pois toda essa mudanca nos conceitos e a primazia da cultura alheia - sem sentido real - e sim com o sentido ilusorio que o radio, a tv e o cinema pregam, ocorrem principalmente por um sistema economico que inverte todos os conceitos e transforma tudo em produto e nós em consumidores, ao mesmo tempo em que somos produtos tambem..
isso tudo gira uma industria onde os mais fortes (que mais tem capital) investem e produzem em grandes quantidades para se vender em massa, colocam propaganda nas radios, tvs e cinemas, para alienar o povo para que consumam seus produtos "artisticos"...
todo esse processo faz com que o povo detenha de uma arte e uma cultura que nao a produz, a cultura atual que temos nao é nossa, é alheia, é de outros, esses outros que nem sabemos quem sao...
consomem esses produtos em massa, pensando que ficarao alegres, mas nunca estao alegres, sempre terao uma forma de ficarem mais alegres do que ja estao, pois, na realidade, nao estao alegres.. apenas tem
uma leve ilusao de estarem alegres..
(por exemplo: um beethoven nos dias de hoje é alheio, pois nao vivemos na europa no periodo do romantismo; uma musica eletroacustica tambem, pois nao temos o costume de musica com maquinas aqui nem o avanco tecnologico nao propoe isso aqui, como ha na europa, alem de isso ser restrito a um publico muito pequeno; musicas que tocam em radio tambem nao tem nenhuma ligacao)
é preciso um novo modelo de arte e cultura, que esteja numa posicao oposta a esta arte alheia que nos trazem.. e, com isto, proponho um projeto de criacao musical, que traga uma memoria historica-cultural-artistica do povo e permita que este reflita a respeito da relacao dele com toda essa arte alheia que é produzida em massa para producao e consumo..
(dezembro de 2002)
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