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21.7.14

não sei o que vai ser

quando escrevo um texto
não sei bem
onde poderá chegar
até mesmo se alguém vai ler

por vezes me passa:
onde estará esse leitor?
o que busca ao ler este texto?
de que modo o interpretará?
o que essa leitura pode gerar?

parece que isso não tem muito mistério
geralmente um escreve, outro lê
e nenhum deles se importa com isso

o que existe
entre o texto e quem o escreve
e o que se configura
entre o texto e quem lê

tem mais coisas
que não são somente
palavras ou pessoas
coisas sem nome, que nos rodeiam
fazendo gerar outras
do que estas pareciam ser

16.2.13

escrita e publicação independente

falando sobre o livreto cada vez mais menos,
a produção escrita e publicação independente.
matéria pelo jornal da TV Libertas de Pouso Alegre - MG
edição: Carlos Filho | imagens: Nelson Aoyama
produção: Ana Paula Dias | apresentação: Marcelle de Paula
www.cadavezmaismenos.blogspot.com

25.1.12

escrevo trechos

tem gente que pensa que escrevo poesia
eu não escrevo poesia!
o que escrevo são trechos,
fragmentos de vida
e isto não tem nada a ver
com poesia

são condensações de vivências
é pra se experimentar, no devir
com a leitura expande e se espalha
puf!

mas isso depende
da criatividade e abertura
do leitor,
cada um interpreta como consegue
padece do que percebe

11.1.12

imerso - escrevo, ex-isto

a escrita como expressão
onde
após imersão
torna-se uma expansão do ser

negando e afirmando
os tantos seres
que habitam em mim

na prática desta
es-crita
ex-isto!
 
 
...e de pouco ou nada adianta ler
se a leitura não provocar uma mudança em si

14.8.11

o que tinha..

a palavra escrita
se torna vocação

algumas escolhas
vem e vão

há sempre caminhos
para fechar e abrir

a sensação de pertencimento
parece tão saudável

mas
tudo que é muito rígido
se quebra

26.5.11

ares a fluir

entre fósseis e concretos
a objetividade ri
me fazendo abstrato

se tornando assim
algo em torno
um curvado de nós

sento a brisa doida
junta ao plasma meu
e a mão escreve
torta

5.2.11

riscos (2010)

já não sei mais se é segunda ou quarta, dia ou noite
as coisas acontecem acontecendo..
a leitura pode ser tão inventiva quanto a escrita

acho que sou meio macaco ou lobo
assisto a cidade enquanto ando

os outros me desejam
a sua imagem e semelhança
tão egoístas tanto quanto eu


(2008-2010)

13.2.10

tal como a vida..

a música, tal como a escrita,
não precisa ser bela ou harmônica..

elas só precisam ser .. 
 (tal como a vida)



17.1.10

textos e sentidos

todos os textos fazem sentido
depende da leitura que fazemos deles
nossa leitura é tão inventiva quanto a escrita

3.1.10

andarilhos e astronautas

o que escrevo
cria espaços que não existem
fala com gente que não nasceu

cria seres e coisas
preenche vazios
de andarilhos e astronautas

15.12.09

dança das letras

pra escrever, não precisa ler, mas viver (sentir)

ler é um movimento, escrever é outro
com a leitura, saboreio partes das vivências subjetivas de outros..
e quando escrevo, pinto minha própria subjetividade pro papel
que não precisa se associar com as produções de textos dos outros

minha escrita tem dependência unicamente comigo
com minhas experiências de subjetividade
é portanto um resultante duma relação de eu comigo mesmo
que se usa de signos de uma cultura
(a qual estou inserido fisicamente)
mixando-se com significados particulares,
para que possa ser executada

tal como um índio
utiliza de seu corpo para sua dança de sol ou de chuva..

19.8.09

sugestão

sugiro ler com pausas
em silêncio

respirando

e sentindo
o que se faz

21.7.09

ar riscando

ando movendo riscos
tanto quanto o ar
que mescla nuvens
no vai e vem
- abstratos

cenas lá
cenas si menor
seja dia
seja noite
ou Y

é invisível,
mas a gente sente

18.7.09

leitura, vida e silêncio

tal como a leitura
a escrita precisa também
de silêncios
espaços
pausas
nadas


tempos para que o leitor
se sinta enquanto lê
e perceba também
a distinção
entre o livro
e si mesmo

entre os pensamentos
e sentimentos
riscados no livro
e seus próprios

escrita viva

do que se vive
as idéias não surgem claras
mas em fragmentos

para o que faço
não ha o que explicar
afinal, eu sou eu

alguns escrevem para deixar bonito
e mostrar o quão são sabidos
para seus amigos e próximos
eu escrevo o que estou sendo
e o que estou para ser

não foi um estudo
que levou isso a ser escrito,
mas vivencias...


trabalhar é condição
- viver é preciso

11.7.09

não faço poesia

escrevo minha vida
meus ares
minha sede
e minha des-razão

solto trechos em momentos
que não são parte
nem todo
só momentos..

sou este que não se define
e o que você vê
é o que sou
é o que não sou

25.6.09

setas no ar

..belas neblinas
onde se enrolam e se desenrolam
sentem e experimentam fluidos

vidas, lugares,
momentos..

que a brisa soe leve
em seus galhos
com ares de camomila

belas palavras
não compõem caminhos,
muitas vezes
o que mais vale
é o silencio

11.6.09

leituras e vivências

muitos dos que dizem saber o que leram
não sentem sequer uma gota
das palavras que leram..
se aprimoraram em dizer que sabem
e deixaram de lado a experiência,
o sabor e o sentir..

não é entendendo as palavras
que se compreende algo,
mas entrando num estado de confusão
e abstração de sentimentos e idéias
vivenciadas corporalmente
que se absorvem os rabiscos

palavras tentam expressar experiências
mas para alguns, são só rabiscos
...estão para expandir existencias

21.5.09

desencontros

por que se escrever escreve?
digo a caneta o que penso andando
e o que ando pensando
(de bicicleta ou parado)

nascemos ilimitados
e vamos nos limitando
por nossa própria história,
pela vida que levamos,
e nossa condição...

mas a vida sempre quer mais
enquanto alguns querem
se vender e se comprar
por tão pouco..

assim como um cavalo
as pernas vão enrijecendo,
tomando espaço e forma ____
lugares meus e não-meus
dias sins e dias nãos
desencontros

31.10.08

segmentos

todos os modos de subjetivação são lícitos
ler galhos é percorrer caminhos

cada um é um planeta
num pluriverso
não há o que particionar
nem categorizar

as relações são entre subjetividades
entre galáxias e histórias
e a leitura pode ser tão inventiva quanto a escrita

o texto são palavras
e o leitor é o que vê, interpreta
cada olhar uma versão

.

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