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22.10.13

cidade perplexa

a cidade carrega um conglomerado de elementos
nos deixando baqueados e perplexos
tantas configurações, acasos, ajustes e desajustes
imperceptíveis a olho nu

são tantos carros passando, todo tempo
as pessoas vão ficando abestalhadas
não tem como sacar bem o sentido disso tudo
e tudo nos faz ser como somos


5.2.11

riscos (2010)

já não sei mais se é segunda ou quarta, dia ou noite
as coisas acontecem acontecendo..
a leitura pode ser tão inventiva quanto a escrita

acho que sou meio macaco ou lobo
assisto a cidade enquanto ando

os outros me desejam
a sua imagem e semelhança
tão egoístas tanto quanto eu


(2008-2010)

18.2.10

são paulo

8.4.09

enquanto ando

quem sabe falar fala
quem não sabe ouve
quem cala consente

a aparência e a postura
indicam estigmas culturais

enquanto ando
         assisto a cidade
sou urbano
    tomo o ônibus
    e ele me toma

assito a cidade
         enquanto ando

15.5.07

a noite


local onde se escondem
as criaturas solitárias
que preferem não ser vistas na claridade:
morcegos, corujas, prostitutas, drogados,
seres anti-sociais

que durante o dia são homens-sérios,
empresários, lojistas, advogados,
falsos hipócritas...
sumam da noite seus malditos
da noite suave que se perde,
a noite dos hiperbóreos

todos os seres sórdidos
sonhados e temidos,
andando na calada
distantes dos que odeiam e dos que são odiados,
caminham como felinos

me lembro daqueles colegas de escola
os bagunçeiros, os tímidos
odiados e queridos: diferentes,
particulares, sinceros, autênticos

dores na coluna,frio..
a noite gostosa, espaço diferente
o cheiro do esgoto se esconde na poluição do dia
o calor do esgoto
tornam-se evidentes sem o trânsito,
a noite de trabalhadores noturnos
- momento solitário -
onde o som de meus passos me acompanham

enquanto isso
alguns tomam a noite como casa,
quarto, sala, cozinha, banheiro..
e querem sua privacidade
ao menos - neste momento - respeitada

luzes ligadas,
as normas da cidade não param,
habitam no homem a noite toda
para que este deixe distanciado
o seu escuro, sincero e autêntico
eu:
de lado, calado e adormecido.

20.9.06

cadeia alimentar

[o homem se alimenta de animais,
legumes, enlatados, roupas, shopping, baladas
o mercado se alimenta do homem
(animal sábio e ignorante)
pensa que é um só
e cada um são varios que se confundem tentando ilusão de unidade]

o som da cidade
o andamento do concreto
a vida falsa
a repressão sexual
a alienação política
a submissão
tudo tão facil..
é só trabalhar,
comprar besteiras,
pagar impostos
e alugar um filme pra assistir no horário eleitoral

[um cara rodou esses dias,
tem que ficar ligeiro mesmo
vamu jogá um bilharzin?]

12.7.06

experimente subir

experimente subir ao topo de
                    um predio alto

pare,
e de la observe o funcionamento da cidade
                     o andamento do concreto
                     a vida na penumbra

entre em sua casa
sinta o ar-tificial
destrua o quarto, destrua a copa
                     destrua a cozinha, destrua
                     os banheiros, a sala
                     a garagem, o quintal
                     e quaisquer outros cômodos e objetos

o que lhe sobra?
o que lhe falta?

percebe-se que ha muito
                     permitiu que o que tens
                     estejas acima de ti
                     ser negligenciado.

19.7.03

homem cidade

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