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19.6.09

diálogos e leituras

prefiro outras maneiras de ser e se relacionar,
as faço por conta própria e as coloco em palavras e no ar..
todos somos egoístas, não adianta muito dizer sim ou nao..
nao sou como eles e nao gosto de fingir..
me importo com os poucos, próximos..
pois são poucos os que se aproximam
em ideias, sentimentos e pontos de vista..

revoluções silenciosas
que para quem as percebe tem valor..
sem a intenção dos grandes profetas,
não há muito que dizer, se alguém quiser fazer algo que faça por conta própria,
quem quiser mudar que mude, viver que viva..
há muitas possibilidades em todos os cantos...

o que mais vale na leitura
é que traga benefícios pra quem lê..
seja quais forem, nem que seja pra passar o tempo
...
algumas leituras e papos resumem múltiplas experiências
e necessitam de seu momento para vivencia-las..
assim continuamos andando, seja para qual lado for..

1.5.09

sentindo segundos e terceiros

por uns trinta segundos fecho meus olhos e depois abro.
respiro, sinto, observo meu redor, sinto-me vivo, presente.
toco em meu rosto, sinto os dedos, sinto a pele, sinto meu rosto.
escuto minha respiração, sinto minhas veias, meu pulmão

tudo está acontecendo a todo momento
e ninguem está falando nada para mim,
todos estão falando sozinhos, sempre para si mesmos,
e querem que eu os ouça.
eu sei que não sou como eles e não preciso fingir,
o que me faz bem não é o mesmo que faz outros bem
eu não sei sobre tudo e talvez nem exista "tudo"
(palavras são somente referenciais de coisas e fatos,
de coisas que são e de coisas que não são,
de coisas minhas e coisas suas)

pessoas e professores costumam dizer o que é certo,
o que deve ser feito e o que faz bem,
mas eles mesmos não o fazem ou nem sabem o que seja realmente.
gostam de tentar manter o controle e para isso usam tantas muletas..

"poetas dizem tantas palavras e muitas vezes não dizem nada,
eu estou aqui e não tenho nada a dizer, e isto é poesia" (john cage)
"convicções são mais inimigas da verdade que mentiras" (nietzsche)
"a verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo" (merleau-ponty)
"se não sabe escutar, não sabe falar" (heráclito de éfeso)

para conhecer, há que se questione o que se pensa
e vivenciar a experiência,
a relação coloca em diálogo comigo mesmo, a abertura é o caminho
..conflitos e frustrações geram possibilidades e potencialidades

fecho meus olhos por uns trinta segundos e depois abro.
respiro, sinto, observo meu redor, sinto-me vivo, presente.
toco em meu rosto, sinto os dedos, sinto a pele, sinto meu rosto.
escuto minha respiração, sinto minhas veias, meu pulmão,
só que agora a alguns dedos mais próximos de mim mesmo.

5.1.08

prelúdio

o que escrevo é para os de consciência livre – provavelmente estes que me compreenderão, porém dedico também aos que buscam esta consciência livre e sugiro que o façam sozinhos, por si mesmos, que tornem fortes e autores de seu caminho

a melhor companhia para a leitura do que escrevo é a de si mesmo e nada mais... não há nenhuma intenção em minha escrita de compor alguma verdade - se você estiver lendo com esta intenção já digo de cara que não é o que encontrará aqui e que não é essa minha busca, tampouco minha caminhada

sugiro a escuta do silêncio, que se permita ler além das letras e a si mesmo; que não tire conclusões precipitadas, não tenha pressa em ler. e escreva você também o que pensa, sente e quer: seja sincero contigo, não queira me agradar, pois eu também não quero te agradar

crie teu caminho no caminhar, concorde ou discorde, desobedeça seus atos mais nocivos à si mesmo, aos atos de ceder a sua vontade, de se privar, de se viver no medo e na mentira hipócrita do homos-burocráticus

“as coisas que você possui acabam te possuindo”, “você não é o que você possui”, são frases que estão no ‘clube da luta’. voe com elas para adiante e jogue fora sua calça (aquela que já cansou de usar e nunca se sente bem), largue tua moral antes que ela te denuncie, esqueça seu celular numa esquina qualquer, mostre a sua cara, sem cenas se permita a desobedecer, a agir em favor de si mesmo, mas conheça tua vontade... atente para a diferença entre fazer o que se quer fazer e fazer o que os outros querem que você faça – o que eles esperam de você, o que você espera de você?

não tente entender racionalmente o que é certo, verdadeiro, justo e bom. experimente viver o que surgir e permita que você mesmo avalie o que sentiu, se foi ‘bom’ ou ‘não’ depois. não permita que seja consumido pelas crenças que meios e as pessoas empurram a você.. tão simplistas e ordinárias, inconsistentes e refutáveis não se cobre por ler isto - deixe jogado em qualquer canto, leia de vez em quando, poucas palavras, talvez uma página por mês – pois é por aí a leitura, é aos poucos que ela acontece, pois é aos poucos que a gente acontece... e não tome o que esta escrito aqui como qualquer outro texto, pois ele não é um qualquer...

você está lendo um texto que alguém escreveu, uma pessoa dum ponto da terra. talvez o autor desse texto já esteja morto, ou não, quem sabe? e você? há quanto tempo você não lê com atenção, já parou para pensar nisso? sabe a experiência de vida de quem o escreveu? e a tua? há quanto tempo você não conversa com alguma pessoa que encontra em seu dia-a-dia – estou falando de conversar mesmo, não fofocar ou tagarelar? e quanto tempo para você mesmo?

por que não desburocratizar relações? descoisar pessoas? lembrar que a gente é gente e não computador, celular, roupa, carro ou textos decorados... temos história, valores e cultura – cada um de nós é uma estrela com sua particularidade indescritível e imensurável viver a vida, o riso, a faca, o amor por si mesmo, pela vida, pelo sol e por cada partícula de ar que se respira. sentir a dor que também é real e saber que a gente vale muito mais do que qualquer coisa que a gente tenha

os espaços em branco estão para serem apropriados: riscados, escritos, gritados, etc

7.3.07

paisagens

cada paisagem configura-se num todo pseudo-particionado, completo e faltoso, subjetivo e inconsciente, orgânico e concreto. são meros símbolos as palavras que tento utilizar para descrevê-lo, imperfeitos ideais de coisa, o que não é se [se aproximar] nem se [distanciar], mas tal-vez associar.

descrever qualquer paisagem é um ato ingênuo, pois esta se vivencia, é uma experiência, não um conceito. os comentários são com intenção de intensificar vivências, não para se guardar conceitos e ficar parado como um sábio-tolo.

na arte, a paisagem pode ser associada às performances, onde se entrelaçam ações improvisadas; mixando poesias, músicas, danças, apresentações teatrais, pressupostos conceituais, ... o que a torna uma arte performática, uma arte de paisagens, cenas complexas, multifatores, rizomas e reações.

um de meus eus percebe o quanto tenho eus que são meus e eus que não são meus, quem sabe um equilíbrio fosse uma saída, porém não sei mais o quanto me vale essas saídas ideais, antes fossem saídas práticas, simples, bobas.

do que se lê, o primordial é que se aplique na vida. e não é somente o que se vivencia, é isto inicialmente, para depois ser mais e mais forte e tornar-se outro. por costume, não gosto de escrever muito. os que escrevem muito parecem, muitas vezes querer dizer verdades, e não é isso o que pretendo, mas sim escrever para mim, sobre relações e vivências, relações sobre idéias de relações, relações entre idéias de verdade, mutações entre experiências práticas. quando se escreve muito, se delimita idéias e vivências, cortes, tempos e vidas; ou se distancia por demais do que se pretende? parece ser como enxerga. o poder é subvertido quando não se exerce ou quando não se permite que seja exercido e nada mais para esse trecho. a estética que se costuma utilizar na escrita e no livro não é, pois, o que se parece com as revoluções tecnológicas e vivencias atuais. como muito mudou e muito permaneceu, o que permaneceu se mantêm distante. o pragmatismo da linguagem mantêm paradigmas que já não se correspondem com as vivências, que se realizam em paisagens e em movimentos, que não se decodificam da mesma maneira que a repetida.

regras sociais, valores, linguagens, amores e dores se estabilizam em pequenos grupos sociais: normas de seitas religiosas, de escolas, famílias, empresas, grupos de amigos. porém na sociedade elas se multiplicam, se interferem, se chocam, se alteram, se decompõem, se transmutam e, de repente, já não são quase nada do que antes eram.

não vem ao caso que o outro pense ou diga que estou louco para com o que escrevo, é minha particularidade enquanto pessoa, minha diferença que está em questão, não um ‘conceito’ a ser defendido. muitas vezes quando se diz algo à alguém a crítica se mantêm pois o outro é visto como ‘doutor de verdades’, como se esta fosse a função dos livros e da linguagem: enunciar verdades. alguns ‘não concordam com o que escreveu o autor de tal livro’, ou ‘não concordam com o que diz o colega’. o autor escreve para ele, o outro fala para si mesmo, eu para mim e você para você; cada um sua visão de mundo diferente, cada um sua paisagem, sua brisa.

perna cheia de picadas de insetos, pés sujos, acabei de lavá-los no tanque. o escritor não é o que pára em frente à folha, faz sua reflexão e escreve sua ‘idéia’ em palavras, mas escreve no intervalo do tempo, na fila do banco, na viagem de ônibus; é sujeito de outras vivências e escreve por outras circunstâncias. não há anunciador de nada, o importante para mim agora é que quero tomar um pouco de café. algo meu não se trata de uma verdade, mas de uma construção momentânea, uma brisa. não agir por pressuposto talvez seja uma das condições para a liberdade, para um caminho outro... não responder é, muitas vezes, mais libertário do que dizer algo... o simples fato de se cumprimentar alguém já exclui uma espécie de liberdade. uma linguagem diferente pressupõe e propõe uma vivência diferente, única e liberta de outros pressupostos anacrônicos, ideais e 'a prioris'.

a construção que se busca com isso é a construção do nada, que deriva de uma paisagem [outra] experimentada. a escrita propõe um segmento, as vivências des-segmentam-se os segmentados. a voz do silêncio e as meditações do budismo tibetano proporcionam a escuta do que não há. com uma tesoura pode-se cortar palavras que se interessa de um texto e personaliza-lo, desmonta-lo e remonta-lo da maneira que preferir. enquanto alguns eus ficam de fora, os que se mostram aparentam ser o todo.

a descrição das paisagens, não termina, pois sai do texto para além, da imagem e da sensação momentânea, voa nas potencialidades que cada um socar. onde há planta, há planta, onde não há, há planta em potencial. a paisagem está aí, a diferença brota do nada, e o que importa agora é brotar.

bruno, nobru e outros, 7 de março de 2007

5.7.06

alguns de meus eus

um escritor surreal, que só lê o que ele proprio escreve e nao lê uma letra sequer de qualquer outro, mais um dos meus eus incomodados, agitados e anti-sociais, um quebrador em essencia, um ser instavel e autentico com seu sentimento mentaneo; um musico que escuta pink floyd e syd barrett; um pintor que observa plantas e flores.

um dançarino que usa de seu corpo um instrumento, um meio de expulsar de si seus males internos, como que numa catarse de movimentos irregulares e instituais, ditos 'primitivos' pelos seres que se auto-intitulam superiores e 'humanos', esse bando de tolos que merecem meu aior desprezo, tal como meus professores universitarios. um escultor que talha a madeira simplesmente por talhar, advindo de um desejo sem especificaçoes, que simplesmente flui de suas visceras para a matéria, com a força do interior de sua subjetividade, e com isso cria materialmente visíveis pedaços de seu inconsciente imaterial infactual.


um colecionador de discos que os escuta atentamente e permite que a musica dance em seu crânio, de modo que seu sentimento flua por entre seu corpo inteiro e o som vibre explosivo como uma bomba por todos seus musculos.

e, todos esses meus eus se encontrando em consonancia com uma dança em ritmo tribal-minimalista, jorrando sangue por todos os lados, para que sintam os nervos; se unindo em celulas nervosas que explodem menstruação de sinapses para todos os lados, cospem vômitos e dentro de seus coraçoes; numa uniao completa e simbiotica, numa orgia tântrica, num orgasmo coletivo; adentrando cada qual em sua bruta porém bela natureza interior.

12.5.06

símio e sub-homem

do simio surgiu o sub-homem
e dele o neanderthal, que era europeu.

o titulo 'humanidade' é dado aos assassinos,
os que mataram o homem de neanderthal.
muitas outras espécies morreram,
e muitas hoje ainda morrem..
os que mais matam atualmente sao os murders.

[conheces um simio amigo?]

pouco depois vieram a raça cro-magnon e grimaldi,
que caçavam com lanças e pedras, e faziam tendas de pele.
estes migravam lentamente, tal como o bisonte e o cavalo,
que seguiam a rena para o norte e para o leste.

a escrita é feita de desenhos, a aurora se deu no paleolítico;
o pensamento primitivo era atraves de imagens;
a açao, de acordo com as emoçoes que surgiam,
possivelmente como uma criança antes de ser proibida.

[a especulação dos historiadores é primitiva]

o egoismo individual foi boicotado para que se consolidassem
as primeiras sociedades, de grupos familiares.
a ciencia de causa e efeito dos primórdios, tal como hoje,
muitas vezes remonta o efeito à causas aparentes.

não somente os fortes permaneceram,
mas também muitos fracos;
para que os primeiros deleitem sua vida
através do abuso destes.

a mídia publica o que é util aos que pagam a publicaçao,
assim eles enriquecem, utilizando cada pessoa
para a realização da felicidade deles,
da sua festa e de seu gozo.

e o jogo continua, dia-a-dia..

20.5.00

um experimento com distúrbios

O telefone toca porque tem alguém dormindo, na realidade foi em uma cinzenta manhã com o silêncio quebrado pelos motores dos carros na estrada. Então tudo o que estava guardado por muito tempo se transformou em algo.
Como uma poeira, inútil, merecendo ser rejeitada pelo que fez.
Levando consigo toda solidão que seu coração guardava.
Não ouvia mais o canto dos pássaros em sua janela, sua mente evaporava ... .. . consumindo os sentimentos que um dia sentiu.

Nada será como antes (e) afinal seus sentimentos foram perdidos.
João sentiu (com a ajuda de a saucerful of secrets/b) uma meia que ele um dia usou e desfragmentou seu tato, ao seu lado uma luva que ele nunca usou, todos a usavam, e todos usam capacetes e outras coisas fora da realidade.
O metal invadia sua mente, uma espécie de ferro sujo e contaminado.
Às vezes ele tinha que usar o álcool para que suportasse as humilhações (álcool mofado).

Ele tem que trabalhar / tentar juntar dinheiro para comprar sua chave; muitos anos juntando dinheiro só que depois de tudo ele viu que tudo era imperfeito, sujo que consumiu sua mente e estuprou suas idéias.

Uma planta não era o suficiente. O pedaço da madeira morta era bem parecido, o teto o prendia, a mente sorria, batia e chorava, uma cela era parecida mas havia uma angústia.

Aphatia, Linn, poderiam ter outros significados, mas realmente ajudaram, ... - até agora estavam ajudando -

Impossível poderia ser uma palavra, mas tem muitas e mais ainda (como se fosse fácil descrever algo) uma caneta ajuda, teclas também, mas não solucionam.
Assim como os gritos aflitos que vêem de dentro do armário e de baixo do tapete - insignificantes - aos olhos (bastardos de um mundo capitalista), assim como eu.... insignificantes , como uma estrela no céu. Cada minuto de minha vida é desperdiçado em sonhos que não se realizam.

Enquanto respiram, às vezes tento parar por uma ação podre
(do que poderia se esperar?)
Opiniões não consultadas, contra dizeres.


roney, bruno, maio de 2000.

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