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2.3.14
do que se vê
mesmo não enxergando
quase nada
dentro tem algo
que até um tanto
ainda guarda
e outro tanto
que se desguarda
2.1.14
2.11.13
viver em cidade de interior
pra viver em cidade de interior
o melhor mesmo é não ser nada
porque quem nada é peixe
e flui com o movimento do rio
para diversos caminhos
encontrando mares
ao contrário de de quem fica
parado
repetindo sempre
a mesma velha história
o melhor mesmo é não ser nada
porque quem nada é peixe
e flui com o movimento do rio
para diversos caminhos
encontrando mares
ao contrário de de quem fica
parado
repetindo sempre
a mesma velha história
16.5.12
30.5.11
tal como o rio
o rio
flui como a gente
do nada para o nada
no espaço e tempo que estamos inseridos
sem saber qual ou para onde
está indo..
as vezes acho que é boa uma escolha qualquer
é confortável achar que seja boa
parece menos caótica que a não escolha
flui como a gente
do nada para o nada
no espaço e tempo que estamos inseridos
sem saber qual ou para onde
está indo..
as vezes acho que é boa uma escolha qualquer
é confortável achar que seja boa
parece menos caótica que a não escolha
20.3.11
17.3.10
nunca saberemos
ninguém sabe o que é certo ou errado
pois certo e errado são valores,
e valores estão sempre mudando..
nunca entenderemos exatamente uma coisa ou outra
o que a gente sabe é mutável com o tempo
assim como a gente
o corpo é somente a casca..
o que importa não é o dedo, é a lua
28.8.09
percorrem espaços
5.8.09
tempo de não ler
20.7.09
18.7.09
leitura, vida e silêncio
tal como a leitura
a escrita precisa também
de silêncios
espaços
pausas
nadas
tempos para que o leitor
se sinta enquanto lê
e perceba também
a distinção
entre o livro
e si mesmo
entre os pensamentos
e sentimentos
riscados no livro
e seus próprios
11.7.09
não faço poesia
escrevo minha vida
meus ares
minha sede
e minha des-razão
solto trechos em momentos
que não são parte
nem todo
só momentos..
sou este que não se define
e o que você vê
é o que sou
é o que não sou
meus ares
minha sede
e minha des-razão
solto trechos em momentos
que não são parte
nem todo
só momentos..
sou este que não se define
e o que você vê
é o que sou
é o que não sou
31.3.09
protozoários
bactérias, parasitas
dentro de mim
me substituem
como a serpente abocanha
silenciosa e destrutiva
passeiam adentro
me adoece e paralisa
mata lentamente
pouco importa que dia é hoje
parece ontem e anteontem..
um comentário imbecil
surge vez ou outra
e o que se sente
já pouco se sabe
pouco se sente
pouco
dentro de mim
me substituem
como a serpente abocanha
silenciosa e destrutiva
passeiam adentro
me adoece e paralisa
mata lentamente
pouco importa que dia é hoje
parece ontem e anteontem..
um comentário imbecil
surge vez ou outra
e o que se sente
já pouco se sabe
pouco se sente
pouco
11.3.09
seja o que for
não fosse isso
seria aquilo
ou não seria nada
se parar um pouco
as pessoas atropelam
andam se esbarrando
olhando pro nada
ambos não se encontram
o limite está no caminho
corro pro ônibus
nem senti o sabor do café
efeitos invisíveis e sutis
paralisam lentamente a vida
- trabalhar é mau
falar o que se tem pra dizer
e não o que se tem pra repetir
quando vê já não sou eu
quem fala pra mim
e
quem fala por mim?
7.3.09
5.3.09
meios, inteiros, tantos
12.11.08
15.6.07
escovada de dentes
o tempo pinga na cabeça de quem pensa e parece escasso num espaço deserto quando avistado do por seus extremos..
o contrário parece certo, porém complica quando se movimenta em altas freqüências..
será que vai dar tempo? e se pra nós der, como será para os que vierem?
o tempo será vendido a vácuo, enlatado, com cores e sabores diferentes.. será o tempo do tempo?
escova os dentes, limpa a gengiva! acerta o penteado, corre pro atraso!
eu sou suscetível as razões.. há razões que se enquadram em lugar algum, apenas em mim
quero ser, a construção erguer, pois fazer e sentir são coisas análogas ao viver
e pensar não convém agora, já que tudo flui e pode acabar, agora tenho que gritar..
a doença faz sentido, quando se vive, num mundo doente
tem gente passando na rua, mas não é gente, é máquina, tem um ar de vazio, um gosto de nada
_________________________________________________________________________________
gravado em maio de 2007, no sarau artenativo, teatro municipal de pouso alegre
filmagem: ju e reginaldo, edição de vídeo: bruno nobru
o contrário parece certo, porém complica quando se movimenta em altas freqüências..
será que vai dar tempo? e se pra nós der, como será para os que vierem?
o tempo será vendido a vácuo, enlatado, com cores e sabores diferentes.. será o tempo do tempo?
escova os dentes, limpa a gengiva! acerta o penteado, corre pro atraso!
eu sou suscetível as razões.. há razões que se enquadram em lugar algum, apenas em mim
quero ser, a construção erguer, pois fazer e sentir são coisas análogas ao viver
e pensar não convém agora, já que tudo flui e pode acabar, agora tenho que gritar..
a doença faz sentido, quando se vive, num mundo doente
tem gente passando na rua, mas não é gente, é máquina, tem um ar de vazio, um gosto de nada
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gravado em maio de 2007, no sarau artenativo, teatro municipal de pouso alegre
filmagem: ju e reginaldo, edição de vídeo: bruno nobru
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